NASCEU CAMPEÃO

Tu és a glória dos teus fundadores

4 de fev. de 2013

O JEC E O BLOG: RESPIRANDO POR APARELHOS, A COPA DO BRASIL E "A PELEIA" DAS PRIMA-DONAS.

O JEC, o blog e o "companheiro Chavez" inspiram cuidados
1. Sim, eu sei, que minha preguiça está deixando o blog às moscas. O blog está igual ao time, respirando por aparelhos. Uma derrota pra bugrada, em casa; um bom empate na Capital; uma vitória na conta do chá contra o Metrô; uma derrota sobrenatural contra o Camboriú, e uma vitória só da bola parada contra o Ibirama. Quatro pontos em doze disputados, ou seja, 25% de aproveitamento até o quarto jogo, uma melhora leve com a última vitória. Um início medonho, medíocre.
Contra a Chape o time morreu no segundo tempo; contra o Figueira venceríamos, até que o Lima deu azar e empatou o jogo para eles; contra o Metrô parece que fizemos um jogo sólido - não vi a peleja, meu filho estava de aniversário; e ontem, uma sucessão de fatos inexplicáveis nos levou à derrota: um primeiro tempo sólido, gols perdidos; na segunda etapa, um pênalti desperdiçado pelo Lima, e depois a virada do lanterna da competição. Contra "os alemão", vitória sem jogar bem. É duro. 
Estamos numa campanha digna de Gonzaga Milioli com Artur Neto. PQP! Voltarei aos últimos jogos e a Artur Neto.

2. Pois bem, o turno já foi pro beleléu (lá perto da casa do caralho). Ainda não me convenci que esse time pode dar liga. Falemos então da COPA DO BRASIL. 
Saiu a tabela da competição (veja aqui) e enfrentaremos, na primeira fase, o Aracruz-ES. Não podemos admitir que não passemos por esta equipe, embora seja o atual campeão capixaba. O escudo do clube é ECA - Esporte Clube Aracruz.
E aí, na segunda fase, pegaremos o Santos, do craque Neymar, Montillo e outros bons jogadores, o que nos permite tranquilamente aceitar que seremos desclassificados nessa etapa, mas teremos obrigações a cumprir nesse embate: primeiro, fazer um bom papel, pois teremos a obrigação de não levar uma sapecada; depois, teremos a chance de lotar o Estádio, fazer uma festa incrível, encher a burra de grana (uns dez mil ingressos a uns cinquenta reais), e dar ao JEC uma visibilidade há muito sumida. Vergonha na cara, rapaziada.

3. A PELEIA DAS PRIMA-DONAS
Já tive a oportunidade de morar no Rio Grande do Sul, em São Borja para ser mais exato. Então vou contar uma historinha fictícia - hehe. Lá em São Borja havia um artista nativista, o Mano Lima. De outra banda gaudéria, tínhamos o Neto Fagundes. Chamemos um de Lima e o outro de Neto, pra abreviar. E os dois deram pra se estranhar. 
Num show (que se revelou uma catástrofe) em Camboriu, Lima tocou uma música (chamada "A 9,15 metros do gol") que era pra ser interpretada em dueto entre Neto e Leandro Costa. Aí Lima desafinou, e a orquestra junto com ele. 
Depois do show, Neto disse que Lima tinha de ensaiar mais, e este então pediu um tempo pra se preparar pro próximo (ou melhor, para um dos próximos shows). Lima, então, não vem tocando sua gaita. 
Depois de um dos concertos no Arena Credicard Hall em Joinville, deu-se o bate-boca (não entre eles, mas pela mídia que acompanha o embate das prima-donas). Um disse que a música nativista não pode ficar refém de quem não quer mais nada com ela, e que ele, o Neto Fagundes, já fez muito pela companhia e pela plateia em outras épocas; o outro, irônico, disse que ainda está ensaiando, que não voltou à velha forma musical. 
E nisso tudo, quem se fode é a banda e, principalmente, a plateia que perde a oportunidade de ver seus ídolos atuando conjuntamente. 

A infantilidade de nossos artistas é de lascar. Neto Fagundes deveria, desde logo, dar a razão correta da briga: o pênalti perdido em Camboriu (ops, a música mal executada em Camboriu) quando a ordem era para outro interpretá-la, e não vir a público dizer que Mano Lima não pode tocar porque não ensaiou e está fora de forma. 
Mano Lima não deveria ser irônico, mas sim aceitar o banquinho do piano que recebera, e quando a plateia estivesse insatisfeita com o espetáculo apresentado, ele teria a sua volta pedida por aclamação pela multidão de ouvintes. Mas não, um prefere dizer que o outro é bobo, que toca com o violão invertido, que desafina no dó de peito. Escolheram o pior caminho. 

Eu prefiro Mano Lima - até porque ele já fechou contrato de lançar mais dois discos pela atual gravadora, um a cada ano, e acho que Neto Fagundes vem há uns bons anos desafinando em suas composições, e até agora o seu grupo não está jogando por música, como se costuma dizer. 
Ademais, a crítica especializada vem dando seguidas mostras que está descontente com a atenção que Neto Fagundes vem dando a ela, atrasa os recitais, só toca quando quer, sem perceber que a satisfação que a crítica pede não é só para ela, mas principalmente endereçada à plateia. Um conhecido crítico musical, o Vieille François já dizia que o Neto Fagundes é prima-dona, implica com tudo, é cheio de manias. 

O presidente da gravadora não fala nada, tá tentando botar panos quentes na contenda musical, mas me parece que mais cedo ou mais tarde vai ter de botar o pau na mesa, no estilo-Ratinho-de-ser. E se os próximos concertos não forem grande coisa, a decisão ficará facilitada. 
Colegas de Mano Lima, como o cantor regionalista (pela região da direita) Ednardo, e contratado da gravadora há bastante tempo, já se manifestaram a favor deste. Parece-me que o vencedor da trova já está decidido, só falta anunciarem o vencedor da "Sapecada da Canção Nativa". Logo saberemos. Um empate, a esta altura, já parece pouco provável. Mas é bom a peleia se resolver ligeiro, porque a plateia já tá ficando de saco cheio (e até entre ela já começam as desavenças entre a plebe ignara, uns gritando a favor, outros vaiando o artista).

Nessa toada - e porque todo artista tem de ir aonde o povo está - confesso que essa contenda gauchesca já me encheu um pouco o saco, e recomendo aos gaudérios nervosinhos que ouçam um pouco de outro tipo de música, esta de Tom Jobim: "se você pretende sustentar a opinião, e discutir por discutir, só pra ganhar a discussão, eu te asseguro pode crer, (...) às vezes é melhor perder do que ganhar, você vai ver". AVANTE, JEC!